Falta de controle do coronavírus e incerteza com as contas públicas podem limitar retomada
Brasil/ 01 de setembro 2020/ Por: Luiz Guilherme Gerbelli, G1/fonte: https://g1.globo.com/
Quadro mais controlado da pandemia e uma clareza sobre o rumo das finanças do governo poderiam resultar numa expansão da atividade mais acelerada.
A falta de controle do coronavírus e o rumo das contas públicas no Brasil podem se tornar um risco e limitar uma retomada mais consistente da atividade econômica do país – muito necessária depois que o PIB registrou um tombo recorde de 9,7% no segundo trimestre, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira (1º) pelo IBGE.

A expectativa é que o país tenha retomado o crescimento neste terceiro trimestre. Mas o que os analistas dizem é que um quadro mais controlado da pandemia e uma clareza sobre o rumo das contas públicas poderiam resultar numa expansão da atividade mais acelerada.
Na prática, a combinação de crise sanitária com uma eventual piora permanente da parte fiscal trazem uma grande incerteza para a economia brasileira, o que faz com que com os que consumidores gastem menos e as empresas segurem os investimentos.
Em agosto, a medição mensal do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) mostrou um nível de incerteza bastante elevado no Brasil.
O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) marcou 160,3 pontos. Embora tenha recuado nas quatro últimas medições, ele segue em um patamar elevado. Em setembro de 2015, quando a economia brasileira perdeu o grau de investimento, o indicador marcou 136,8 pontos.
Na leitura do mercado, o governo tem dado sinais dúbios sobre a questão fiscal. O presidente Jair Bolsonaro chegou a afirmar que havia uma discussão para furar o teto de gastos.
Bolsonaro: ‘Debate sobre furar o teto de gastos existe no governo, qual o problema?’
Bolsonaro também rejeitou a proposta da equipe econômica par a criação do programa Renda Brasil, que deve substituir o Bolsa Família. O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendia um benefício de R$ 250, mas Bolsonaro indicou que quer um valor maior.
A sinalização provocou turbulência no mercado financeiro. Na quarta-feira (26), o dólar subiu 1,62% a R$ 5,6164. Foi o maior patamar de fechamento desde 20 de maio (R$ 5,6875).
“O Renda Brasil veio para ficar, mas a questão é que o coberto é muito curto”, diz Alessandra. “Se o governo afrouxar o fiscal, o cenário fica muito adverso.”
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