Famílias tentam manter esforços extras pela educação dos filhos em meio ao aperto nas contas da pandemia

Publicado: 6 septiembre 2020 a las 6:00 pm

Categorías: Artículos

Por: Por Elida Oliveira, G1

 

Pais de recursos financeiros limitados têm desafios a mais em época de incertezas no calendário escolar.

A cabeleireira Jacqueline Rodrigues, moradora de Paraisópolis (Zona Sul de São Paulo), conseguiu que a filha estudasse num projeto educacional que atende os moradores da comunidade. A vaga é uma chance de preparação melhor para Jhullia, de 5 anos, numa etapa posterior: tentar bolsas em escolas particulares da região.

“Tem escolas públicas boas, mas não em Paraisópolis. Tem no Itaim, em Moema, no Brooklin [bairros de SP], mas aí eu teria que pagar transporte, van escolar, ou eu mesma pegar ônibus e levar”, diz a cabeleireira.

As aulas de Jhulia, na associação Crescer Sempre, estão ocorrendo de forma remota desde março. Jacqueline afirma que tenta ajudar a filha nessa fase de alfabetização com lições, histórias e vídeos.

Jhullia, de 5 anos, está se alfabetizando durante as aulas remotas na pandemia. — Foto: Arquivo Pessoal

Jhullia, de 5 anos, está se alfabetizando durante as aulas remotas na pandemia. — Foto: Arquivo Pessoal

“Se a criança cresce em uma escola que se preocupa com ela, futuramente será um espelho diferente, a criança pode se interessar por outros caminhos. Essa é a nossa maior preocupação: a influência do mundo ou de amigos que não se preocupam em estudar”, afirma a mãe.

‘Altas habilidades’

 

Lauryn, de 10 anos, em evento do clube de leitura que ocorria até o ano passado na escola pública em que estuda, em São Paulo. — Foto: Arquivo Pessoal

Lauryn, de 10 anos, em evento do clube de leitura que ocorria até o ano passado na escola pública em que estuda, em São Paulo. — Foto: Arquivo Pessoal

Para Kaley Michelle, a preocupação é manter o estímulo à aprendizagem da filha Lauryn, de 10 anos, que teve um diagnóstico de altas habilidades aos 3 anos.

Na escola pública em que estuda, Lauryn tinha aulas de aprimoramento até o ano passado. Autônoma e sem recursos fixos, Kaley Michelle foi atrás de atividades para a filha como clubes de leitura, teatro e até uma oficina de jornalismo chamada de “imprensa jovem”.

Neste ano os cursos não abriram. Com a pandemia, o material impresso demorou dois meses para chegar. O que manteve a rotina de Lauryn foram as aulas de computação (possíveis por uma bolsa), e aulas onlines gratuitas em plataformas de ensino.

“Acredito que a educação pode mudar o futuro da minha filha”, afirma ela. “Mas não só minha filha. A educação é essencial para todo ser humano. É o que forma nossa consciência, forma o cidadão”, afirma.

Dinheiro curto e mudança de escola

 

Pablo Souza e a filha Sofia, de 7 anos: desemprego levou à transferência de escola — Foto: Arquivo Pessoal

Pablo Souza e a filha Sofia, de 7 anos: desemprego levou à transferência de escola — Foto: Arquivo Pessoal

Pablo Souza, pai de Sofia, de 7 anos, perdeu o emprego de gerente comercial em São Paulo antes da pandemia. Com o aperto da situação financeira, teve de buscar uma escola de mensalidade menor. “Eu quero dar a ela oportunidades um pouco melhores do que tive”, afirma. “

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