A arte é feminina

Publicado: 7 noviembre 2020 a las 6:00 pm

Categorías: Artículos

Por: Allana Riveiro Corrêa 

 

Cabeças De Pessoas Olhando A Monalisa

A perfeição áurea sempre me encantou. Na verdade, admiro Da Vinci e todas suas descobertas inovadoras, e por consequência as produções feitas no período em que se apropriou do número áureo na natureza, também conhecido por Sequência de Fibonacci. Outros artistas também se encantaram e produziram diversas obras trabalhando as mesmas proporções. Nas concepções artístico-culturais ocidentais, todos os movimentos de berço antropocêntrico, atraíram-me de maneira mais intensa, e foram os momentos mais reflexivos da história interna do nosso ser.

Neste momento, refletindo sobre o número áureo, tenho que pontuar que: foi um número/medida/sequência encontrada na natureza. E foi utilizada por muitos para construir algo mais belo, mais perfeito, até mesmo músicas foram criadas a partir desse número, e muitos estudos mostraram que o ser humano tende a escolher e agradar-se mais com as proporções áureas.

A natureza é feminina, substantivo feminino, logo, um número pertencente a ela me faz crer que o número perfeito é feminino. Ora vejam isso, nos admiram desde sempre, e ainda fazem com que admiremos os homens, afinal comecei esse texto dizendo admirar Leonardo. O que acontece nas artes? O que acontece no mundo?

As mulheres foram e são usadas como símbolo da beleza maior, como objetos de desejo e encantamento. Entramos nos museus ao redor do mundo nuas e pouquíssimas vezes como produtoras das artes, como artistas. A importância de perceber que estamos a todo o tempo cercados por produções masculinas desde artes, políticas e educação é que estamos mantendo, intrinsecamente, comportamentos contra a própria natureza, estamos reproduzindo, consumindo, aplaudindo produções e pensamentos masculinos, nos negando, muitas vezes, o valor da nossa própria natureza.

Num aparato geral sobre a representação feminina nas obras de arte, percebemos que os nus em sua maioria remetem a uma fragilidade em suas extremidades como pés e mãos, e a vulva bem domesticada, mostrando assim, mais uma vez o significado da sociedade tão patriarcal na qual vivemos, nos modificando, e ditando como deveremos agir e ser. Moldadas por olhares masculinos, criando empecilhos em aceitar nossas próprias e verdadeiras formas, impedindo-nos de nos amar, de nos acolher e de nos admirar.

Deixar ser, deixar existir a perfeição do feminino, do que tanto admiram e conduzem, e deixar ser livre por si só, pela essência de ser o que é. Fazer com que o mundo nos admire e não nos coloque rédeas. Ser naturalmente bela, naturalmente perfeita. Feitas pela natureza e todas as infinidades que a natureza nos oferece. Naturalmente única.

Fonte do artigo: 

http://pensaraeducacao.com.br/pensaraeducacaoempauta/a-arte-e-feminina/

 

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